Muitas adolescentes ignoram alertas e campanhas antitabagismo, decisão que pode gerar grande impacto quando atingirem a idade adulta e considerarem a possibilidade de ter filhos.
O médico Assumpto Iaconelli Júnior, ginecologista e obstetra, especializado em reprodução humana, e diretor do Fertility – Centro de Fertilização Assistida, em São Paulo, comenta o assunto, a partir de dados Ministério da Saúde (2009) mostrando que uma em cada quatro meninas tendem a fumar e que os homens tem abandonado mais o fumo do que as mulheres, numa relação de 25% para 19%.
O cigarro é um dos grandes vilões da reprodução humana.
Dado comprovado em diversos estudos, a prevalência da infertilidade em fumantes é maior do que em não fumantes.
O tabaco (...) tem o poder de retardar a gestação, antecipar a menopausa e aumentar as alterações menstruais.
Quanto mais tempo a mulher fuma, maior é o impacto na saúde dos seus ovários, com destruição folicular, alteração das características fisiológicas tubárias, alteração nas taxas hormonais, interferência na gametogênese e fertilização, bem como dificuldade na implantação do óvulo – uma vez que o endométrio também sofre agressões.
Esse é um dos motivos que expõem as adolescentes fumantes a um risco aumentado.
Como as causas que costumam dificultar uma gravidez normalmente referem-se a homens e mulheres (40% associados a eles, 40% a elas e 20% ao casal), é importante que o casal em tratamento de fertilização assistida some forças para parar de fumar.
O tabagismo representa menor taxa de fertilização, resultando em prejuízo nas taxas de nascimento e, muitas vezes, obrigando o casal a se submeter ao dobro de tentativas de fertilização in vitro.