Risco de cegueira em fumante é maior


Há pelo menos 1 bilhão de fumantes em todo o planeta, e essas pessoas têm o dobro de chances de ficarem cegas, segundo alerta a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta segunda-feira, em ocasião ao Dia Mundial sem Tabaco. 
O cigarro afeta, inclusive, pessoas que não fumam, mas convivem com fumantes, causando doenças graves, incluindo aquelas que podem levar à cegueira. 
“O olho é uma das regiões mais atingidas pelo tabaco, tanto em fumantes ativos quanto em passivos. O risco de desenvolver catarata é duas vezes maior entre fumantes que entre não-fumantes”, alerta a oftalmologista Neuza Rios, do Hospital Oftalmológico de Brasília. 
“Existe também maior incidência de degeneração macular relacionada à idade (DMRI) em fumantes, que têm até 2,5 vezes mais chances de ter a doença. A DMRI leva à baixa acuidade visual (qualidade e quantidade de visão), muitas vezes irreversível”, completa. 
De acordo com a especialista, o hábito de fumar favorece a manifestação da DMRI, na medida em que as toxinas presentes no tabaco aumentam o estresse oxidativo da retina e faz surgir novos vasos sanguíneos anormais sob a mácula.
“Esses vasos, por serem anormais, deixam extravasar líquidos que danificam a visão, dando a sensação de embaçamento central”, explica.
Além da catarata e da degeneração macular, a exposição ou uso do tabaco em médio e longo prazo pode causar olho seco, piora na tolerância ao uso de lentes de contato (o que aumenta o risco de úlceras corneanas), dificuldade para controlar conjuntivites alérgicas, além de poder aumentar a pressão intraocular, facilitando o surgimento e dificultando o controle do glaucoma. “Estudos recentes relacionam maior incidência de estrabismo e hipermetropia em filhos de mães fumantes”, completa a oftalmologista.