Toxinas do cigarro causam câncer no focinho dos pets


O fumo passivo prejudica a saúde dos animais. Por isso, os fumantes devem ter cuidados redobrados com circulação de ar e limpeza dos ambientes para proteger os pets, que não estão imunes aos males do tabaco. De acordo com Marcelo Quinzani, veterinário do hospital Pet Care, os animais ficam ainda mais vulneráveis quando convivem com os donos em ambientes fechados, lembrando que não é apenas a fumaça que atinge a saúde dos cães e gatos. “Os resíduos tóxicos eliminados na fumaça do cigarro fixam-se no ambiente, como em carpetes, móveis, paredes, ou no próprio pelo do animal, sendo tão ou mais prejudiciais que a própria fumaça inalada”, explica o profissional.
Quinzani acrescenta que o animal, mesmo ficando isolado enquanto seu dono fuma, pode vir a ter contato com as toxinas que se instalam nos estofados. "As doenças mais comuns em cães que inalam fumaça do cigarro são o carcinoma de células escamosas das narinas ou câncer de pulmão, dependendo do tamanho do focinho do animal".
O médico explica que os focinhos dos cães e gatos são filtros que absorvem as toxinas do ar. “Ao inalar a fumaça do cigarro, as células das narinas tentam retirar o maior número de substâncias tóxicas inaladas. Assim, essa parte do corpo do pet é responsável por absorver o máximo de substâncias ruins. Quanto maior o nariz do animal, ou seja, quanto mais filtro tiver, maior vai ser a concentração de substâncias retidas”, conclui. Por isso, as doenças às quais eles são mais propensos variam conforme o tipo de focinho.
Raças de cães como Labrador, Golden Retriever e Pastores tendem a desenvolver doenças nesta região, onde ficarão retidas as toxinas. 
“Cães defocinho mais curto, como da raça Boxer, Bulldogue e Pug, podem ter uma incidência menor de câncer nas narinas, mas possuem mais chance de desenvolver câncer no pulmão”, destaca o especialista.
Já nos gatos, a tendência maior é de desenvolver linfoma maligno, segundo um estudo da Universidade de Tufts de 2002. “Além disso, o hábito de gatos se lamberem eleva  a incidência de câncer de boca”, alerta o veterinário, que  destaca as doenças respiratórias, como bronquites, que  afetam os felinos em decorrência das toxinas do cigarro.
Segundo Quinzani, a melhor forma de restringir o contato dos pets com a fumaça dos cigarros é evitar fumar em lugares fechados. “Isso impediria a impregnação das substâncias tóxicas nos móveis, tapetes e cortinas, com que o cão ou gato teria contato depois”. Mesmo em áreas abertas, é importante o pet esteja afastado da fumaça. 
“Não há outra forma de minimizar os problemas do fumo passivo nos animais”, conclui.