SUS oferece tratamento contra o tabagismo

Parar de fumar é possível, mas exige determinação. Assim começa a explicação da psicóloga Maria da Graça Rocha, que atua no programa antitabagismo junto a Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande (Sesau) desde 2008. Todo o tratamento é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e tem ajudado centenas de pessoas a deixar o vício ao longo dos seus 10 anos de existência. Disponibilizado pelo Ministério da Saúde, em parceria com o Instituto Nacional do Câncer (Inca) e os governos estaduais e prefeituras, o tratamento tem um ano de duração e inclui reuniões semanais, que passam, no segundo mês, a ser quinzenais, até serem realizadas uma vez por mês. Para minimizar os sintomas da síndrome de abstinência há adesivos de nicotina, goma de mascar e antidepressivos.
De acordo com a psicóloga da Sesau, Maria da Graça, quem se interessar em ‘apagar o cigarro de uma vez por todas’ pode procurar as unidades básicas de saúde mais próximas as suas casas. “Primeiro deve se dirigir a unidade de saúde para fazer a primeira abordagem no atendimento clínico. Em seguida a pessoa é encaminhada para atendimento nos locais onde é desenvolvido o programa antitabagismo”, explica.
Nessa fase, os pacientes passam por uma avaliação psicológica e recebem uma carteirinha do programa “Deixando de fumar sem mistérios”. Em seguida, ingressam em um grupo de apoio no qual já são agendadas as quatro primeiras sessões semanais.
“As quatro primeiras sessões são sistematizadas, tem uma cartilha. Nesse período o participante afirma quando ele tem vontade de parar de fumar.
A data fica no pensamento e na segunda semana algumas pessoas menos determinadas começam a deixar o grupo. Mas na terceira semana, em geral, os participantes param de fumar. Até a quarta sessão o grupo diminui em 50%, porque só fica quem realmente quer largar o cigarro”, conta a psicóloga.
A partir do segundo mês as sessões são quinzenais e do terceiro mês em diante entra a fase de manutenção. “Nessa fase as sessões são uma vez por mês. É muito difícil que alguém volte a fumar, mas há duas situações: o lapso de memória que é, por exemplo, aconteceu alguma coisa a pessoa vai lá e fuma, e a recaída, quando pega o cigarro e continua fumando normalmente. Mas a gente costuma dizer que se houver recaída é bom que esteja no programa, porque quem segue quer mesmo parar de fumar. Nós temos grupos hoje com pessoas há nove meses em manutenção”, revela.

Para conter as crises de abstinência os pacientes contam com ajuda dos médicos e também de medicamentos. Isso porque o tabagismo é uma doença série incluída na classificação de transtornos mentais.
“Ha sintomas colaterais. Tem gente que tem crise ansiedade, pressão alta, taquicardia, tremor, dor de estômago, dor de cabeça, mal estar. Por isso há toda uma equipe médica envolvida. Mas quando essa fase é superada e os pacientes percebem as melhoras, todos notam o quanto valeu a pena: a pele melhora, o cabelo, os dentes, a disposição. Então é muito importante perceber a individualidade de cada um e atendê-la”, finaliza.
Caso você tenha interesse ou conheça alguém que gostaria de parar de fumar procure uma unidade de saúde. Ao longo do tempo, além do aumento da disposição física, o risco de doenças cardíacas, enfisemas e vários tipos de câncer irão diminuir até que não haverá maiores riscos para essas pessoas do que para os que nunca fumaram. Além disso, há benefícios econômicos, já que suas economias estarão aumentando proporcionalmente ao aumento dos preços dos cigarros. 


Fontes: SUS/SESAU