A britânica Lynsey Scott, de 28 anos, morreu de pneumonia cinco meses após ter recebido pulmão transplantado de homem que fumou por trinta anos. A Informação foi divulgada pela BBC de Londres.
Lynsey, que nasceu com fibrose cística (doença hereditária que causa deficiências progressivas em todo o organismo e muitas vezes leva à morte prematura), foi operada em fevereiro de 2009, após sua condição ter se deteriorado.
O caso levou a pedidos no país para que haja transparência maior dos hospitais sobre a origem de órgãos a serem transplantados.
O pai Lynsey, Allan Scott, disse que sua filha ficaria horrorizada se descobrisse que o pulmão era de quem fumou por 30 anos.
Na época, o pulmão transplantado tinha recebido a qualificação de marginal - ou seja, de órgão que oferece um certo risco ao receptor mas que ainda é considerado seguro.
Os pais de Lynsey defendem que os pacientes sejam avisados sobre as condições do órgão que receberão.
O University Hospital of South Manchester (UHSM), que administra o hospital em que Lynsey foi operada, disse que seguiu as diretrizes estipuladas pela entidade que supervisiona operações e transplantes no país, o National Blood and Transplant Service.
"Existe padrão de critérios para aceitar órgão de doador, baseados em indícios clínicos, que formam parte da discussão com os pacientes durante sua avaliação", afirmou um porta-voz do hospital.
"Pelo fato de o número de doadores de pulmão ser extremamente baixo e de 30% dos receptores morrerem antes de receber transplante, o UHSM e outros centros de transplante ampliaram seus critérios. Isto causou aumento no número de pulmões disponíveis para doação considerados seguros", segundo o porta-voz.
De acordo com os números mais recentes obtidos pela BBC, a proporção de órgãos doados "marginais" era de 13% em 1998. Dez anos depois esse porcentual dobrou.