O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou a implantação de centro de estudos do tabaco, parceria entre o Instituto Nacional de Câncer (INCA) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
As obras de construção do centro, que ficará no Rio de Janeiro, devem começar neste ano e serão concluídas em dois anos.
O anúncio foi feito em audiência de Temporão com o secretário-executivo da Conferência das Partes para o Controle do Uso do Tabaco da Organização Mundial da Saúde (OMS), Haik Nikogosian, que veio ao Brasil para conhecer a política e as ações de controle do tabagismo do país.
O ministro ressaltou que o Brasil tem uma das políticas de controle do tabaco mais avançadas do mundo.
Temporão lembrou que no Brasil 250 mil famílias dependem da agricultura do tabaco e que por isto é importante o País ter assinado a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (Conicq) , iniciativa da OMS, que prevê a substituição de culturas nas áreas de plantio de fumo.
Nikogosian elogiou o Brasil pela liderança que exerce nos fóruns internacionais sobre a questão antitabagista e pelos méritos alcançados no controle do hábito de fumar.
Ele esteve reunido com representantes da Comissão Nacional para a Implementação da Conicq, da qual fazem parte os ministérios da Saúde, Relações Exteriores, Agricultura, Fazenda, Educação, Justiça, Desenvolvimento Agrário e Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
O secretário-executivo disse ao ministro que o modelo de articulação brasileiro, em que os níveis técnicos apóiam as autoridades, passou a ser recomendado aos outros países signatários.
Segundo a OMS, a cada não, morrem cerca de cinco milhões de pessoas, no mundo, devido ao consumo de derivados do tabaco.
A organização estima que, mantida a atual tendência de consumo nos próximos 30 a 40 anos, quando os fumantes jovens de hoje atingirem a meia idade, a epidemia tabagista causará 10 milhões de mortes por ano.