29 de agosto é o Dia Nacional de Combate ao Fumo

A Organização Mundial da Saúde (OMS) informa que as doenças relacionadas ao tabaco, como os problemas cardiovasculares, são responsáveis pela morte de, aproximadamente, cinco milhões de pessoas por ano. As estatísticas até 2020 assustam: o número sobe para dez milhões, sendo que 70% das perdas ocorrerão em países em desenvolvimento.
“A nicotina e o alcatrão ajudam a acelerar a morte celular e são os principais vilões para potencializar a fixação da placa de gordura nas artérias”, explica o cardiologista da Cardiologia Sugisawa, Dr. George Soncini. “Se o paciente tiver alguma dislipidemia (que se refere ao aumento de gordura no sangue), como colesterol alto ou diabetes, as consequências são, na maioria, mais graves”, complementa.
O médico salienta que o fumo é o fator de risco evitável que mais prejudica a saúde do homem.
“Apesar de ser um grande antidepressivo, a nicotina pode levar ao infarto do miocárdio, mesmo em pacientes sem graves lesões coronárias. A substância potencializa a hipertensão arterial e as doenças pulmonares que, na sequência, irão desencadear sérias repercussões cardiológicas, tais como a hipertensão pulmonar pela DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica”, ressalta.
O cardiologista explica que, quando uma pessoa para de fumar, o organismo deixa de sofrer lesões. “Os danos causados dificilmente regridem, mas evitam que eles progridam e, dessa forma, a agressão desacelera. Mas, o tempo necessário para recuperar parte do organismo deve ser analisado individualmente, pois a quantidade de cigarros tragados e o período de uso irão mostrar quanto tempo o paciente estará limpo das substâncias”, afirma.
De acordo com ele, alguns exames são necessários para saber como está a saúde cardíaca de cada paciente. “É importante que se façam exames laboratoriais, ecocardiograma e teste ergométrico, juntamente com espirometria, se fizer necessário”, salienta.
O diretor de Qualidade Profissional da Sociedade Paranaense de Cardiologia, Dr. André Langowiski, lembra que, para quem deseja parar de fumar, mas têm dificuldades, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamentos nas Unidades Básicas de Saúde. “Quando a pessoa larga o vício há, além de menos riscos de ficar doente, uma melhora em sua qualidade de vida e os benefícios são sempre imediatos”, ressalta.