Os jornais O Globo, O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo abriram, nas páginas de economia, a notícia dando conta que a Philip Morris, maior fabricante de cigarros do mundo, anunciou que teve lucro líquido de US$ 1,82 bilhão no período abril-junho.
Os jornalões disseram que foi o primeiro trimestre completo da empresa desde o desmembramento do Altria Group, em 28 de março, acrescentando que o resultado foi impulsionado por ganhos cambiais e aumento na venda de cigarros Marlboro na Indonésia e no México.
A Aliança de Controle do Tabagismo (ACTBr) comenta essa notícia:
O fato de o aumento do lucro líquido ter como fator de influência mais vendas de cigarros na Indonésia e México evidencia a estratégia da indústria de focar nos mercados dos países em desenvolvimento, com menos políticas de controle e, portanto, mais brechas para ações de marketing e publicidade, especialmente voltadas para o público jovem.
Essa evidência já era apontada pelos relatórios internos da indústria que, nos anos 90, tornaram-se públicos depois de processos judiciais.
Neles, é possível ver a estratégia focada nos países em desenvolvimento e com economias emergentes, usando de todos os meios disponíveis para promover o tabagismo e barrar medidas efetivas de redução do fumo, tais como:
-Mentiras sistemáticas, obscurecimento e negação sobre saúde, dependência, fumo passivo
-Manipulação de produtos para aumentar a dependência
-Marketing agressivo para crianças e adolescentes
-Relações públicas e litígio com o objetivo de minar as políticas governamentais de saúde
-Apoio e organização de grupos de frente, financiamento de pesquisas, e corrupção do discurso científico
-Contrabando de cigarros, principalmente para baixar impostos, mas também para introduzir marcas ilegais em um novo mercado
-Enganação do público através de marcas supostamente “light”;
-Apoio a campanhas e programas ineficazes contra o tabagismo, enquanto se opõe aos efetivos.