Nigéria exige US$ 43,7 bi em indenização de produtoras de cigarro

Ação judicial deve-se aos prejuízos causados à saúde de fumantes menores de idade

A Nigéria está exigindo cerca de 5,3 trilhões de naira (US$ 43,7 bilhões) em indenização em ação judicial movida contra fabricantes de cigarro como a British American Tobacco Plc (BAT) e a Philip Morris International (PMI).
"A BAT, a PMI, suas divisões locais e alter egos" estão sendo processados, disse o advogado responsável pelo processo,Tunde Irukera, confirmando uma reportagem publicada ontem pelo jornal Nigerian Tribune.
Ele não forneceu detalhes adicionais.
A ação judicial foi protocolada devido aos prejuízos causados à saúde de fumantes menores de idade, segundo o jornal.

A International Tobacco Ltd. também foi acionada, assim como duas afiliadas da londrina BAT, segundo informou o Tribune em seu site, citando como fonte o ministro da Justiça do país, Michael Aondoakaa.
A ação é a segunda movida pela Nigéria contra grandes multinacionais.
Em julho passado, o governo do país retirou processo que previa o pagamento de indenização no valor de US$ 7 bilhões contra a Pfizer Inc. relativo a supostas mortes ocorridas durante testes de medicamentos.
O processo foi retirado para que o governo pudesse preparar nova ação.
A Pfizer também está sendo processada pelo Estado nigeriano de Kano.

"As crianças não são e nunca serão nosso público-alvo", disse em comunicado divulgado por e-mail a BAT, fabricante das marcas de cigarros Pall Mall e Lucky Strike.
"Nós nos defenderemos com veemência da ação movida contra nós, que acreditamos ser falha e destituída de mérito", afirmou a porta-voz da BAT,
Catherine Armstrong. acrescentando que a empresa não foi notificada sobre o processo.
A Nigéria está tentando obter liminar para obrigar as fabricantes de cigarros e seus agentes a interromperem a venda de tabaco a menores de idade e a suspenderem os anúncios dirigidos a esse público, segundo o jornal.
Quatro Estados nigerianos entraram com ações judiciais diferentes em maio passado alegando que a BAT vendia cigarros a menores, segundo Armstrong.

Gregory Prager, porta-voz da Philip Morris, não retornou mensagem deixada em sua caixa postal de voz.