Parar de fumar, definitivamente, é alvo que está plenamente ao alcance do dependente do cigarro; mais difícil para uns, nem tanto para outros.
Cerca de 3% a 5% dos que decidem parar de fumar conseguem o objetivo, sem qualquer ajuda externa.
Quando os que querem abandonar o cigarro recebem apoio terapêutico e farmacológico, os índices de sucesso sobem para até 30%.
O plano de saúde da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi) tem comprovado resultados positivos através do programa antitabagismo que desenvolve.
De acordo com a assistente social da Cassi-DF, Dione Gomes Bezerra, o fator decisivo para o fumante abandonar o vício é a sua motivação e os profissionais de saúde devem procurar resgatar e incentivar essa motivação junto ao fumante, sobretudo durante os encontros dos grupos antitabagistas.
O associado da Cassi Ivan Marcelo, 51 anos, de Porto Alegre, disse que, sozinho, não conseguiu parar de fumar: "tive o apoio psicológico e o acompanhamento necessários".
Ivan já está há um ano sem fumar e tomou a decisão após problema de saúde decorrente do fumo; a esposa, que também fumava, motivada pelo tratamento dele, foi mais uma a vencer a dependência.
É muito importante acompanhamento de profissionais de saúde para que o viciado possa enfrentar o período de abstinência, fase que define a consistência do tratamento.
O profissional de saúde tem credibilidade como formador de opinião e exerce influência pela proximidade que tem com a população.
Mas Naara Régia Pinheiro, gerente de Promoção à Saúde da Cassi no Ceará, define o profissional de saúde, neste caso, como facilitador de processo que, na verdade, é de governabilidade do próprio paciente.
"As maiores resistências são a dependência psicológica e o prazer que o vício provoca", completa Naara.
Desde o ano de 1999, quando implantou o Programa de Combate ao Tabagismo, em parceria com o Instituto Nacional de Combate ao Câncer (Inca) do Ministério da Saúde e do Banco do Brasil, a Cassi utiliza metodologia de conscientização e apoio para quem deseja parar de fumar, utilizando o método comportamental e medicamentoso.
O tratamento é realizado durante cinco reuniões semanais.
Os profissionais de saúde da Cassi têm verificado que os sucessos nos grupos
Ulisses Gadelha, médico de saúde da Cassi-DF, disse que a necessidade de mudanças nos hábitos de vida é o que faz com que muitos fumantes desistam de parar de fumar.
Soma-se a isso, segundo ele, a luta contra a dependência nas crises de abstinência. De quinze inscritos em cada grupo, até a última reunião permanecem cerca de oito a dez pessoas.
Desses, de 35% a 40% conseguem parar de fumar; os demais continuam com o processo e outros abandonam o acompanhamento.
Para a assistente social Dione, o grupo é o pontapé inicial, pois deve haver contínuo convencimento interno.
"O paciente tem que voltar o foco para si e para sua saúde", conclui.
O participante Marcos Antonio Cordeiro, 53 anos, do Distrito Federal, está há alguns meses sem tocar no cigarro e esta experiência é muito forte para ele, que já fumava havia 40 anos.
Marcos diz que "não basta ter vontade de parar, tem que ter força de vontade para melhorar sua qualidade de vida".
A prova de fogo de Marcos foi pescaria de quatro dias da qual participou: ele curtiu dias e noites calmos e sem fumaça e se sentiu vitorioso.